31 March, 2007

Agora parece que está fazendo sentido...


Depois de um mês em que apareceram nas manchetes de jornais os maiores disparates em relação à educação, a professores e a salários, estão começando a descobrir o ... óbvio!
A Folha de S. Paulo deste sábado traz uma reportagem em que diz:

Escolas próximas têm médias distantes.

Estudo mostra que, em um mesmo distrito, há colégios municipais entre os melhores e os piores de São Paulo na Prova Brasil. (clique para ver na íntegra)

Parece que, finalmente, percebeu-se que ter um corpo docente estável e contar com a participação da comunidade faz muita diferença. Para ver esta matéria, clique aqui.

28 March, 2007

COMO USAR O RÁDIO EM SALA DE AULA

Fazia falta um livro sobre o tema e agora, finalmente, saiu pela editora Contexto o livro de Marciel Consani, "Como usar o rádio em sala de aula" . A editora, no seu site, esclarece detalhes sobre a obra:

Como introduzir o rádio de forma adequada nos projetos pedagógicos das instituições de ensino? Esta obra, dinâmica e concisa, pensada e desenvolvida para professores, apresenta ao educador, de forma simples e objetiva, a linguagem radiofônica como recurso pedagógico. Ricamente ilustrado, com dicas de exercícios organizadas por modalidade e com indicação de grau de complexidade, Como usar o rádio na sala de aula amplia o repertório de referências teóricas e atividades práticas de professores e agentes culturais. Fundamental para todos os profissionais comprometidos com a transformação da sociedade por meio da educação.

Merece uma leitura e eu já encomendei o meu.

25 March, 2007

Para apimentar a discussão sobre salários, verbas e gestão...

O jornal O Estado de São Paulo publicou neste domingo uma reportagem a respeito de um estudo do economista Naércio Menezes Filho, autor da pesquisa “Determinantes do Desempenho Escolar do Brasil”, que foi feito a partir de dados do Sistema Nacional da Avaliação Básica (Saeb) e da Prova Brasil, aplicados pelo Ministério da Educação.

A manchete diz "Boa gestão, e não orçamento maior, determina boas notas" e como subtítulo "Diretores de unidades que perseguem metas e monitoram cumprimento de aulas melhoram desempenho escolar"

Para ver o texto do Estadão:
http://www.estado.com.br/editorias/2007/03/25/ger-1.93.7.20070325.8.1.xml

08 March, 2007

Sobre salários de professores...


Nesse sábado, a Folha de São Paulo publicou reportagem sobre salário de professor, a manchete é "Salários nas escolas particulares de São Paulo variam até 624%". Os dados referem-se ao que é pago na rede privada. Como o acesso a essa matéria é livre, passo o link. Em seguida, vem uma reportagem em que o jornal mostra a relação entre salário e o rendimento no Enem. Como essa matéria é fechada, reproduzo aqui o texto. Quem quiser conhecer o salário pago pelas escolas particulares, clique aqui.


Escolas que pagam mais têm melhor rendimento no Enem

Médias no exame entre as dez escolas de salário mais alto variam de 68 a 58 pontos numa escala que vai de 0 a 100.
Diretora de colégio que lidera ranking diz que a alta remuneração na 4ª série permite que a estabilidade do corpo docente seja maior

DA SUCURSAL DO RIO

As escolas que pagam os salários maiores aos professores no ensino médio têm, em comparação com as de pior remuneração, desempenho melhor no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), teste feito pelo MEC e que permite a comparação das notas entre colégios. As médias no Enem entre as dez escolas de melhor salário variam de 68 (Santa Cruz) a 58 pontos (Rainha da Paz) numa escala de 0 a 100. Entre as dez com piores salários e avaliadas no exame, a variação é de 47 (Cidade Canção) a 56 pontos (Novo Alicerce).

Da mesma maneira que há uma discrepância grande nos salários, o Enem mostra também uma variação grande nas médias da rede privada. Em sua maioria, no entanto, o resultado é apenas mediano. Das 412 escolas privadas avaliadas na capital, apenas 9% tiveram nota superior a 60. Outras 29% chegaram a ter desempenho inferior a 50. A maioria (62%) das notas concentra-se entre 50 e 60.

Escolas

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, José Augusto Mattos Lourenço, diz que os dados divulgados pelo Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo) são confiáveis e refletem a grande heterogeneidade do setor privado."Nas escolas de elite, os professores têm muito tempo de casa e conseguiram acumular melhorias no salário", afirma Lourenço.

Segundo ele, muitos colégios têm também preferência por profissionais com titulação de mestre ou doutor."Nas escolas menores, principalmente as que atuam na periferia, a realidade é outra e elas não têm condições de pagar mais que o piso porque não podem elevar demais suas mensalidades", ressalta o presidente do sindicato.

Na avaliação de Mariana Battaglia, diretora-geral do colégio Visconde de Porto Seguro, o fato de pagar salários bem acima da média do mercado - a escola lidera o ranking de maiores rendimentos do sindicato até a quarta série - permite à instituição selecionar seus profissionais com mais critério.

As mensalidades do Porto Seguro variam de R$ 1.015 na educação infantil a R$ 1.305 no ensino médio. Outras vantagens da alta remuneração em comparação com as demais escolas, de acordo com a diretora, são garantir uma maior estabilidade ao corpo docente e também mais tempo para que possa se dedicar exclusivamente à escola."

A rotatividade profissional no colégio é muito baixa, o que dá estabilidade à proposta pedagógica. A boa remuneração permite também que a maioria do nosso corpo docente tenha horário de trabalho ampliado no colégio, o que estreita os vínculos, confere mais qualidade ao planejamento e favorece o trabalho em equipe."Mariana Battaglia ressalta ainda que um salário mais elevado "facilita o aprimoramento cultural e profissional por meio de livros, congressos, viagens, teatro e outros eventos culturais que exigem investimento financeiro".

No outro extremo, na escola Rumo Certo - um dos menores salários de 1ª à 4ª série-, a diretora Eliane Alves confirmou que paga o piso salarial aos professores. Ela afirma, no entanto, que o piso é maior do que os R$ 640 em vigor durante o ano letivo de 2006."Hoje esse valor é um pouco maior que R$ 650", disse ela à Folha por telefone.

A direção do colégio Cidade Canção - na lista dos menores salários de 5ª à 8ª séries e no ensino médio - informou, por e-mail, que os valores que estão no ranking do Sinpro "não correspondem aos praticados pela instituição". De acordo com o colégio, o valor que é pago para o professor no ensino fundamental é de R$ 8,43 por hora de aula de 5ª à 8ª série (no ranking do sindicato, consta R$ 8,12) e de R$ 9,69 no ensino médio (no ranking ele é de R$ 8,43).

Texto e vídeo


Dois "textos" chamaram minha atenção. Um deles é a reportagem da Veja desta semana que traz uma entrevista com Gustavo Ioschpe. Diz a revista que Ioschpe tornou-se referência no meio acadêmico ao abordar questões do ensino com objetividade matemática.

Referência para quem, eu pergunto. Será que ele já deu aula em escola pública, em periferia de grandes cidades?

Ioschpe afirma que há 4 mitos na educação. Os dois primeiros brotam do mesmo raciocínio, vejam que "brilhante":
  • 1º MITO- O professor brasileiro é mal remunerado
    2º MITO - A educação só vai melhorar no dia em que os professores receberem salário mais alto.

O segundo texto a que me refiro é o que descreve um adolescente classe média, classe média alta. Ele foi "descoberto" pela Lilian, que o colocou no seu blog, Discurso Citado. Ele está também no You Tube. Mostra a realidade de jovens de boa renda familiar, fala de globalização e de tecnologia. Conclui que essa geração é a "Geração C", do conteúdo, da colaboração e da conexão.

Essa conclusão é bem discutível, entretanto meu questionamento é a respeito do papel que os professores precisam ter frente a essa realidade. Mesmo que o "Rafinha" da história ainda não represente o aluno de escola pública, é preciso se preparar para isso.

Como a Veja não deixa o conteúdo on-line aberto a visitantes, vou reproduzir a "pérola" escrita pelo Sr Ioschpe.


Os quatro mitos da escola brasileira

Gustavo Ioschpe

Escola pública no Brasil: o problema central não é a falta de dinheiro, mas, sim, o despreparo dos professoresO Brasil tem se destacado há décadas na educação por uma razão incômoda: está entre os piores do mundo em sala de aula.
Foi esse o tema de dois artigos do economista Gustavo Ioschpe, publicados por VEJA no ano passado. Especialista em economia da educação, com mestrado pela Universidade Yale, nos Estados Unidos, Ioschpe tornou-se referência no meio acadêmico ao abordar as questões do ensino com objetividade matemática. Reuniu suas conclusões no livro A Ignorância Custa um Mundo – O Valor da Educação no Desenvolvimento do Brasil, vencedor do Prêmio Jabuti em 2005.

Um dos pilares de sua pesquisa causou controvérsia: Ioschpe afirma que os males da escola brasileira não têm relação com a escassez de dinheiro em sala de aula, tampouco com o baixo salário dos professores – idéias cristalizadas no Brasil –, mas sim se originam do despreparo dos docentes para o exercício da profissão.

Neste artigo, Ioschpe se utiliza de comparações internacionais e estatísticas recentes para derrubar quatro dos mitos que, segundo ele, mais prejudicam a visão sobre os reais problemas da educação no país.

1º MITO- O professor brasileiro é mal remunerado Ao aceitar essa idéia como verdade absoluta, as pessoas estão cometendo pelo menos dois enganos. O primeiro erro é comparar os professores brasileiros aos colegas estrangeiros. Se um país tem renda dez vezes maior que a brasileira, é de esperar que não só seus professores como as outras categorias ganhem um salário dez vezes maior – e é exatamente isso que ocorre. A comparação apropriada não é, portanto, entre a remuneração dos professores de vários países, mas sim desses salários em relação à média nacional. E nessa conta os docentes brasileiros aparecem numa situação mais favorável: enquanto eles recebem salário 56% superior à média nacional, nos países mais ricos a remuneração dos professores é 15% menor. Outra maneira de ver a questão é esclarecer se, lado a lado com outros profissionais brasileiros – de escolaridade e experiência equivalentes –, os professores levam a pior. É aí que surge o segundo engano sobre a situação dos professores no Brasil. A comparação entre o salário dos docentes e o de outras categorias costuma desconsiderar um conjunto objetivo de variáveis, como jornada de trabalho, férias e aposentadoria (ao contrário da idéia que vigora no país, o professor tem jornada de trabalho mais leve do que o restante da população: 70% trabalham até quarenta horas semanais). São equívocos matemáticos que alimentam o mito de que o professor no Brasil é um injustiçado. Dos estudos mais sérios sobre o assunto, depreende-se justamente o contrário: eles mostram que o professor brasileiro está longe de ser discriminado no mercado de trabalho. Esses profissionais recebem, no Brasil, o esperado para pessoas com as suas qualificações e com a mesma rotina de trabalho. Se a classe docente fosse realmente injustiçada, o magistério não seria uma das carreiras mais populares do país, com mais de 2 milhões de profissionais – número que só faz crescer.

2º MITO- A educação só vai melhorar no dia em que os professores receberem salário mais altoEssa é uma afirmação que não tem respaldo na experiência internacional – nem na brasileira. Ao avaliarem o efeito que o aumento no salário dos professores havia causado no desempenho dos estudantes, centenas de pesquisas chegaram a um consenso: elevar a remuneração não fez melhorar os resultados na sala de aula. Da própria experiência brasileira, é possível extrair conclusão semelhante. Basta analisar o que ocorreu depois da melhora no salário dos professores, proporcionada pelo antigo Fundef (o fundo para a educação que foi substituído pelo atual Fundeb), desde 1997. Nesse caso, enquanto a remuneração dos docentes melhorou, as notas dos alunos despencaram nos exames nacionais conduzidos pelo Ministério da Educação. Conclusão: ter mais dinheiro no bolso não é o fato determinante para transformar o professor num bom educador. O que mais prejudica a performance dos docentes no Brasil é um sistema que despreza talentos individuais e resultados acadêmicos e forma professores com uma mentalidade equivocada – enquanto apenas 9% consideram ser prioritário "proporcionar conhecimentos básicos" aos alunos, a maioria prefere "formar cidadãos conscientes", de acordo com uma pesquisa da Unesco. É preciso, portanto, redimensionar a questão dos salários. O aumento dos professores pode trazer benefício a eles – mas não aos alunos. O mais urgente é fazer com que o professor chegue à sala de aula sabendo ensinar.

3º MITO- O Brasil investe pouco dinheiro em educação Esse é um mito que não resiste a uma rápida consulta aos dados oficiais. De acordo com um recente relatório que comparou o volume de investimento de trinta países em educação, o Brasil não fica atrás das nações mais ricas. Eis os números: enquanto o Estado brasileiro destina 3,4% do PIB às escolas básicas, nos países da OCDE (organização formada por países da Europa e pelos Estados Unidos) esse gasto corresponde a 3,5% do PIB. O governo brasileiro também aparece como um investidor generoso no ensino superior: reserva às universidades 0,8% do PIB – a média da OCDE é de 1% do PIB (e olhe que no Brasil apenas 20% dos jovens estão na universidade, enquanto nos países mais desenvolvidos a média é de 50% de universitários). Conclusão: o Brasil gasta praticamente o mesmo que os países desenvolvidos – e obtém resultados muito piores. Alguns especialistas consideram a comparação do Brasil com os países mais ricos inadequada e, por essa razão, continuam a bater na tecla da escassez de dinheiro. Eles argumentam que, ao contrário do que ocorre com os países da OCDE, o Brasil ainda precisa dar um enorme salto na educação, o que consumiria uma fatia bem maior de recursos. É a experiência internacional, mais uma vez, que os contradiz. O melhor exemplo vem da Coréia do Sul: entre 1970 e 1995, o governo coreano separou 3,5% do PIB para patrocinar uma revolução em sala de aula. A China também tem gasto pouco – apenas 2% do PIB ao ano – para alcançar resultados igualmente extraordinários. Pesquisas conduzidas em dezenas de países não cansam de demonstrar que o volume de investimento não tem relação com a qualidade em sala de aula. O problema da educação brasileira não é, portanto, a falta de dinheiro – mas sim o fato de o governo gastar mal o que tem.

4º MITO - A escola particular é excelente Os resultados dos exames realizados por estudantes de escolas públicas e particulares autorizam apenas a concluir que a rede privada é um pouco melhor do que os colégios municipais e estaduais. Esses exames estão longe de indicar que a escola particular brasileira é um modelo de excelência acadêmica. O dado mais esclarecedor sobre o assunto veio de uma prova aplicada pela OCDE, que mediu o conhecimento dos estudantes de 41 países e colocou o Brasil nas últimas posições em todas as disciplinas avaliadas. O teste mostrou que não apenas os alunos de escolas públicas haviam contribuído para o fiasco brasileiro: o resultado dos estudantes 25% mais ricos do Brasil foi inferior ao dos 25% mais pobres dos países mais desenvolvidos. Nossas deficiências educacionais são, portanto, visíveis nos alunos que supostamente cursam as melhores escolas particulares. O mito de que a escola particular oferta ensino de alto nível também não resiste ao diagnóstico que toma como base o resultado dos estudantes nos exames do MEC: o conhecimento dos alunos nesses colégios está aquém do desejado – e a anos-luz da excelência, segundo o próprio MEC.As pesquisas chamam atenção ainda para outro fato que depõe contra a escola particular: 90% de sua superioridade em relação à rede pública deve-se à condição socioeconômica de seus estudantes, que vivem num ambiente mais favorável ao aprendizado. Apenas 10% são atribuídos ao maior brilhantismo acadêmico da escola. As escolas particulares, afinal, sofrem do mesmo problema que os colégios públicos: seus professores passaram por escolas ruins e cursaram faculdades precárias. Infelizmente, eles estão igualmente desqualificados para dar uma boa aula. O Brasil só vai deixar a lanterna na educação quando conseguir fazer um diagnóstico correto – e se livrar desse e dos demais mitos que rondam as escolas do país.

02 March, 2007

Recomeçando em 2007...


Atualizei alguns links e incluí três novos excelentes blogs. O primeiro é da minha amiga, muito querida, Josete. Nem sei porque ele não constava da minha página. Imperdoável meu esquecimento... mas agora já consertei minha falta. É só conferir aqui!

O segundo blog é de Míriam Salles, que conheci, recentemente, via e-mail. É sobre Informática Educativa e vem repleto de informações, novidades, com muitos vídeos. Vale a pena dar uma boa olhada.

O terceiro é da Andréa Toledo, de Cataguases-MG, que me deixou muito feliz porque além do blog sobre Tecnologia Educacional, ela mantém outro sobre literatura e escritura, “Escrevendo com o escritor”. Voltado para seus alunos.


Acho que com esse trio comecei bem o ano.